quinta-feira, julho 09, 2009

Timidez infantil

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Aprenda a reconhecer os sinais que avisam quando essa característica passa a ser um problema para seu filhoAX063575.JPG

Alessandra Siedschlag e Ana Paula Xavier



Muitas crianças passam por isso. Na hora de ter de interagir com alguém, suas mãos suam, a voz falha, o coração acelera. Este é o momento que diferencia uma simples vergonha de um problema para a criança.


A má notícia é que crianças "isoladas" por causa de uma timidez excessiva são mais propensas a desenvolverem, na adolescência, transtornos psiquiátricos como ansiedade e fobia social. A boa notícia é que estudos recentes sobre comportamento mostram que a timidez não é uma característica imutável, e sim uma barreira que pode ser ultrapassada - e o papel principal neste caso pertence à mãe.


Confira duas listinhas que preparamos, com a ajuda da psicóloga cognitiva Cláudia Murúa: uma para você reconhecer quando seu filho precisa de ajuda e outra com dicas práticas para efetivamente ajudá-lo.


Como reconhecer o problema


Timidez moderada não é doença. Insegurança é normal; a timidez só vira um problema quando impede a criança de realmente realizar uma tarefa ou se relacionar. O nível de timidez pode ser observado desde pequeno: bebês que não respondem rapidamente a novidades, como um brinquedo novo, tendem a ser crianças introvertidas. Fique de olho.


Outros sinais:


Seu filho tem as mãos sempre muito suadas?


Ele evita situações de interação?


Ele tem muito medo de ser avaliado de forma negativa pelos outros?


Apresenta rubor nas faces, tensão muscular, palpitações ou tremores frente a uma situação de exposição social?


Tem dificuldade para se relacionar com amiguinhos da mesma faixa etária - o que pode incorrer inclusive em problemas de desenvolvimento fisiológico, porque não consegue brincar junto?


Tem medo de errar, até nas pequenas coisas, e isso vira um círculo vicioso, pois não existe aprendizado sem erro?


Começa a ir mal na escola, porque tem vergonha de perguntar suas dúvidas na sala de aula?


Ele não consegue, por exemplo, pedir uma informação sozinho, ou fazer um pedido para o garçom por conta própria?


Na escola, ele fala pouco, sempre em voz baixa, e não participa de atividades coletivas?


Se você respondeu "sim" à maioria das questões, é hora de ajudá-lo.



Como ajudar?


O papel da mãe é fundamental para reverter este problema. A criança deve ser ajudada a colocar em xeque suas crenças (de que não é boa o suficiente, de que só erra, etc.), reestruturando-se cognitivamente. Confira algumas dicas práticas.


Solte seu filho. Filhos de pais superprotetores provavelmente serão adultos retraídos. A criança precisa arriscar, experimentar. É aí que ela vai entender que pode, sim, errar - e aprender com os erros.


Em casa, relaxe. Foi constatado que um nível elevado de ansiedade interpessoal dos pais está diretamente ligado à timidez dos filhos.


Crianças que ficam em casa com a mãe e não convivem em creches ou escolinhas comprovadamente se tornam mais tímidas. Estimule o convívio social de seu filho.


Crie oportunidades. Exponha-o a uma ampla variedade de situações sociais diferentes, mas sempre de forma natural, sem forçar nada, porque a pressão só vai aumentar a angústia da criança.


Dê a seu filho espaço para falar o que sente, de forma relaxada e sem pressão. Aproveite para reforçá-lo positivamente, para elogiar. Elogios fazem milagres.


Fale com a escola, peça ajuda. Os professores vão estimular a socialização, principalmente nas brincadeiras de pátio.


Mostre empatia. Se a criança se mostra ansiosa, diga que você entende o que ela sente e sabe que é difícil, mas que você sabe que ela vai conseguir superar. Reconheça a dificuldade, mas também o potencial do seu filho.


Seu filho copia modelos. Comporte-se de maneira extrovertida. Pais introvertidos reforçam o comportamento dos filhos.


Se seu filho não quiser ir a uma festa de aniversário, por exemplo, tente conversar com ele e convencê-lo a ir. Na festa, porém, não o exponha, por exemplo, empurrando-o para conversar com quem não quer. Respeite sempre seus limites.


Um psicólogo infantil pode ser o melhor amigo do seu filho nestas horas. Em alguns casos, a terapia é a solução mais indicada.


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